Adjacente ao meu concelho de Sernancelhe encontramos Penedono, cuja Vila em si possui um património monumental medieval elegante e bem preservado, tendo como palco dominante e paisagístico o seu castelo de contorno hexagonal, provavelmente obra do século XIV, cujas ameias muito bem recortadas oferecem um cenário admirável e ímpar.
O povo, característico de uma pronúncia própria, aspecto beirão, é leal e honesto, um pouco introvertido, religioso e de aldeia para aldeia possui a sua forma própria de tratar e cultivar as especificidades culturais que os caracteriza.
Concelho essencialmente rural, predominam as pequenas propriedades, e é a agricultura o principal meio de subsistência.
Trajes de agasalho, do trabalho rural, dias de festa e de romeiros, caracterizam as vestimentas.
Em termos de movimentos associativos, existe um grande e diversificado número de associações, quer sejam culturais, de tradições ou desportivas, que garantem uma coesão, animosidade e ocupação de tempos livres dos vários escalões etários populacionais.
De realçar o grupo de música popular, o rancho folclórico e a banda de música, que no conjunto investigam e divulgam as tradições culturais de Penedono.
O Rancho Folclórico com danças e cantares essencialmente serranos, identifica-se com o árduo trabalho de outrora, a alegria dos lazeres, e a necessidade duma profunda devoção religiosa.
Apreciei a sua exibição no dia 17 de Maio de 2009 numa festa popular religiosa na aldeia de SORVAL, concelho de PINHEL.
Sorval, no interior profundo do concelho de Pinhel,está localizado no monte de S. Pedro, banhado pela Ribeira de Massueime, afluente do Côa; a população possui uma forte devoção a Santa Maria.
Nessa tarde de Domingo senti por parte da população, uma simplicidade e receptividade muito agradável. Alguns, que migraram para a cidade em busca de melhores condições de vida, e com quem dialoguei, distinguiam-se pela elegância em exemplares filosofias de vida.
O concelho de Pinhel é reconhecido pelo nível de mentes intelectuais produzidas no último século, seja nas ciências ou no direito. Como já referido, demarcava-se nesta simples aldeia do referido concelho, a alma sui generis do Pinhelence: em simples diálogo, tive a oportunidade de conhecer uma Sorvalence (Pinhelence), licenciada em História, Drª Anabela, a exercer funcões na cidade, que se demarcou no diálogo, pelo profundo saber da realidade da vida, na aldeia e na cidade.
Deixou-me uma frase na mente, que não mais a esqueço:
Quando me retiro da cidade para a minha aldeia, SAIO DA SELVA PARA A CIVILIZAÇÃO... Frase sem comentários, que comungo a 100% e que vai de encontro a todo este meu trabalho no Blog, e à razão de exercer a minha actividade profissional de Médico em meio rural.
Quem eram os figurinos do grupo? A Enfermeira do Centro de Saúde, o Vereador da cultura da Câmara, o Empresário, o Trabalhador Rural, a Funcionária duma Instituição bancária, enfim uma Dona de Casa..
Um representante dos vários extratos profissionais e etários da comunidade. Interessante e importante.
A interligação entre as diferentes estruturas sociais e profissionais duma população através de agrupamentos associativos corresponde a um dos valores mais importantes que uma sociedade pode ter, para viver em comunhão, harmonia e progresso .