São nestes quentes dias de Verão, que nalgumas das Vilas ou Aldeias históricas, contempladas com Castelos, se realizam as Feiras Medievais.
Castelos, vestígios do passado Histórico e autênticos monumentos Medievais, de beleza ímpar com uma fantástica inserção paisagística.
E são nas Feiras Medievais, nos recintos dos Castelos, que se faz a reconstituição histórica dos cenário do período medieval.
Encenações muito interessantes e instrutivas, com envolvimento de artesãos, fantoches, grupos de teatro, personagens trajadas à época, enfim, todo o ambiente que coloca o espectador num imaginário medieval.
Espectáculos oferecidos e patrocinados duma forma geral pelos dinamizadores culturais locais, são dignos de ser apreciados, pois que além do substrato cultural envolvido, quem assiste, vive intensamente a magnífica encenação propiciado, desde o simples homem da lavoura, ao intelectual mais diferenciado da cidade.
Espectáculos populares e salutares, sem bancadas de primeira ou segunda, e cada um em procurar encontrar o melhor ângulo abrangente ao espectáculo.
Afinal a nossa felicidade no lazer e a procura de bons momentos de relaxamento na colectividade, tantas vezes à mão de semear e alcance de todos,
presente em simples acontecimentos e em eventos populares ou culturais, da iniciativa dos diversos agentes culturais.
A vida ensina-nos que a felicidade é o resultado natural da sucessão de momentos ao longo do dia, desde o brio e gosto pelas tarefas que se realizam, o dialogo de lazer com amigos e colegas de trabalho, os bons momento no final do dia com a família, ou por que não, contar o tempo que falta para o fim de semana, para se conjugarem projectos delineados: o passeio à montanha, a visita à cidade, rever amigos, familiares, enfim...
O encanto da vida está nos pequenos “grandes momentos”, onde expressamos sentimentos e afectividade, com uma grandiosidade exprimida por “lealdade e verdade”.
A emoção de comprar o último modelo de automóvel ou andar nos “tops da moda”, não possui o impacto sobre a profundidade do sentimento emocional e não cultiva a arte do relacionamento humano que perdura, harmonizando-o.
Sendo os “grandes momentos” da vida o somatório dos mais pequenos momentos, qual a razão pela qual não nos deliciamos com eles?
Falta de tempo? Necessidade de trabalhar intensivamente horas a fio para conseguir pagar a prestação da casa de sonho ou do último modelo de automóvel? Ou então perseguidos pelas novidades da moda, comprar roupas a preços escandalosos?
Assim sendo há que trabalhar, mais e mais, pois tem de se ganhar mais e mais para consumir cada vez mais.
Neste contexto, o importante da vida é a aquisição da moda, valores materiais, riqueza, ficando para trás os “grandes momentos” que emocionam, vitalizam e ligam o ser humano.
Cria-se então a sociedade materialista, desvalorizada em dignidade e afecto, proliferando então na discussão pública, a conversa fútil, sem conteúdo, ideias ou ideais.
É nos bares, cafés e restaurantes que se percepciona o mais fútil palavreado, desde o António que foi falso à mulher, o Pedro que está ligado à corrupção, ou então a Maria do Bar Cyty é a empregada mais boazona dos bares da redondeza. Conversa em que cada um faz prevalecer as suas grandiosidades: eu aguento mais a bebida que tu, tenho três mulheres..., enfim...
Foi o espírito autista e comodista que moldou e deformou muitos: “eu” sou o melhor, “eu” sou o grande, “eu” só acredito no “eu” e oriento-me em função do meu ego.
Vamos voltar ao ambiente vivido nas nossas festividades, neste caso na Feira Medieval de Santa Maria da Feira que tive a ocasião de apreciar há dois anos atrás: que felizes as centenas de espectadores ao viverem aqueles momentos com espectáculos populares, mas cheios de graça e originalidade.
Que felicidade para aqueles actores, muitos deles amadores espontaneamente a exibirem cenas maravilhosas...
Viver a vida é viver de momentos e sentimentos banais, contemplando e apreçando naturalmente a vida.
Mas o mundo como está, em que os maus dominam os bons, a corrupção comanda o bom senso e há adulteração das boas regras de civilidade e respeito, o conceito das pessoas de mérito e exemplares da sociedade, perdeu consistência.
Há poucos anos atrás, quando se utilizava o termo “é uma boa pessoa”, “é muito educado, simples, tem um grande coração”, era a denominação das pessoas exemplares da sociedade.
Hoje, o “homem bom” é por muito considerado, o parvo, o abstracto, porque... tinha mãos para se governar, subir na vida, ou fugir a impostos e não usou a esperteza para o conseguir.
Enfim..., os “xicos espertos” argumentam: coitado é um ingénuo, não se vai orientar, de boas intenções está o inferno cheio.
Assim sendo o que se observa na sociedade actual, é a desvalorização dos homens de referencia, dos homens cultos e bons, proliferando em trajectória desorientada uma sociedade doente decadente e em risco.
Mas é esta “a sociedade moderna”, repleta de tecnologia, rapidez e consumo, não se compadecendo com o valor moral do homem, da sua boa vivência em sociedade, do que é mais simples e mais o enriquece.
É o efeito dominó a alastrar-se aos países civilizados do mundo nesta competitividade tão tensa.
É tão fácil ascender-mos ao bem estar e estabilidade do homem. É apenas uma questão de ligação àquilo que é o mais elementar e básico da vida: o seguimento das pisadas que a civilização do homem apreendeu ao longo da sua existência.
Um simples sorriso ou olhar terno do próximo, emociona-me, pois sinto que da parte dele há sensibilidade e afecto.
Enquanto sentir-mos no próximo um olhar de afectividade, será de sentir a esperança que, com o continuar do tempo, o ser humano para sobreviver, deixará de ser escravo dos seus caprichos, e apreçará as emoções e vivências mais modestas da vida.
"grupo de cantares de s. miguel"
1985 - comunhão em vila da ponte
a estação de caminhos de ferro do vesúvi
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