Apresento neste post o encanto e vitalidade do Grupo Coral de Barcos, na sua festa vinhateira de 2013, que mais uma vez soube marcar a diferença.
Um grupo muito interessante com várias influências musicais na área a música popular portuguesa a divulgar “os sons da alma Lusitana”, oriundos dos vários recantos do Pais
Tocam e cantam músicas bem conhecidas do “reportório da música popular Portuguesa” com arranjos originais moldados pelo “Dr. Sidónio e Sr Pedro” responsáveis principais do grupo.
A notar que toda esta encenação musical e vestimentas do grupo, correspondem às tradições do povo Português, neste caso com toque Beirão e Douriense.
A salientar nas actuações do grupo a apresentação do “Hino da sua aldeia de Barcos” que eleva o orgulho de todos em preservar e cultivar os valores patrimoniais dos antepassados através da etnografia, dança e música
Linhas férreas turísticas turísticas, um enigma?
Nos momentos actuais discute-se a alta velocidade dos comboios, símbolo da modernidade, em que “a rapidez é o sucesso da filosofia”, colocando-se de lado o turismo ferroviário, cujo lema é “a apreciação do mundo rural e encantos paisagísticos da natureza”, retrocesso ao investimento no lazer e turismo contemporâneo dos dias de hoje.
Que agradabilidade era o mundo envolvente nas estações onde se fazia transbordo de comboios, como o caso da Régua: movimento e mais movimento de gente; no bufete, o aroma ao café e tabaco; na plataforma da linha, o odor ao fumo das locomotivas.
Um vai e vem de gente e comboios, onde o grande espaço se tornava insuficiente por vezes perante os movimentados cruzamentos de passageiros.
Presentemente o tráfego diminuiu, foi encerrada a última extensão da linha do Douro, desmantelada a linha do Corgo, e tudo sob as determinações mandatórias das novas estradas a crescer em linha recta, outra consequência do modernismo.
Muitas das linhas ferroviárias turísticas a operar na Europa, adaptadas à contemporaneidade, surgem por iniciativa bairrista de muitos, nostálgicos e desiludidos pelo encerramento delas.
Força sentimental duma herança simbólica da primeira revolução industrial, a que decidiram conservar e recuperar os grandiosos valores: locomotivas, material circulante, infra-estruturas e estações.
Foram criadas associações, patrocínios de empresas turísticas e curiosos, fãs das linhas férreas, valorizando-se o sentimento de perda nas localidades locais, e com fundos significativos, organizaram-se, renascendo então a “linha férrea turística”.
Algumas das nossas ferrovias, que podem ser englobadas na perspectiva turística são linhas férreas antigas desactivadas recentemente, com forte impacto comercial no século passado, e localizadas em áreas com características paisagísticas e ambientais convidativas ao turismo ferroviário e ainda em condições viáveis de recuperação.
As várias linhas aferentes ao Douro, nomeadamente a linha do Tua e Corgo, a extensão da linha do Douro até Barca de Alva, de potencial turístico ímpar, estão já na consciência e organização de opiniões, com vista a uma reabertura, havendo movimentações com esse desejo.
Existem ainda equipamentos antigos de tracção a vapor, visíveis na Régua que podem ser colocados em movimento, fornecendo ao público, num percurso, a oportunidade de descobrir além das paisagens, as técnicas de tracção hoje abandonadas, e que seduzem centenas de entusiastas.
Que agradável é viajar no comboio a vapor, porque além do prazer da viagem, somos levados ao mundo do romantismo e nostalgia.
A prova é que, quando no Verão circula o Vapor da Régua ao Tua, há uma imensidão de gente desejosa em observar e ser conduzida por um verdadeiro museu vivo possuindo a autenticidade em movimento.
Foi a expansão rodoviária com boas estradas e acessibilidade dos veículos automóveis à população, que colocou o transporte ferroviário das pequenas vias em decadência; para a sua sobrevivência há que aclamar
“viva o turismo”.
O turista para gozar em pleno do bem estar que as paisagens ferroviárias oferecem, ao separa-se do seu automóvel, entrega-se relaxadamente ao itinerário do comboio.
É importante que as várias estações do percurso, estejam munidas de ambiente turístico, com espaços de restauração e lojas comerciais com produtos regionais ou recordações locais.
É bom que o turista possa ser transportado a uma das muitas pitorescas aldeias ou vilas da proximidade.
A animação envolvente ao comboio turístico torna-se muito importante, com grupos musicais populares a actuar no percurso da viagem, ou então a apresentação de cantares ou folclore local em estações alvo.
É este o panorama observado no comboio histórico do Douro, que apresento no filme em anexo
Para terminar:
O desenvolvimento turístico na linha do Douro e seus ramais aferentes, oferece ao turista a dimensão da herança da primeira revolução industrial, o encanto que emerge pela descoberta do meio ambiente paisagístico e a reconciliação dos comboio antigo com o progresso.
O dever de todos em salvaguardar estes verdadeiros museus em movimento torna-se certamente sensibilizador e contagiante para muitos, ficando para a comunidade esta riqueza, testemunho da história industrial.
Será pelo investimento nas ferrovias turísticas, com toda a sua dimensão cultural, entusiasta e nostálgica, que comboios e linhas férreas Dourienses conseguem evitar a terrível armadilha do desmantelamento e retirada.
Retomo mais um ciclo de temas e filmes deste interior de Portugal, tão recheado de tradições, valores humanos e símbolos sociais, que identificam o perfil do Beirão, a referencia duma sociedade onde fervilha o espírito comunitário, a importância do ser humano nos vários escalões etários, o grande vulcão que brota toda a sabedoria e arte de bem viver em sociedade.
O filme apresentado neste post foi realizado no passado mês de Setembro na Estação do Pinhão, um espaço ferroviário muito agradável com um edifício muito bem integrado da região duriense.
Neste edifício da estação encontramos 25 paineis de azulejos a representar cenas, paisagens e tradições locais, como tema principal a vinha.
Aproveito para referenciar as palavras de Miguel Torga, meu colega, natural de Sabrosa e que caracterizou este território como:
“Um reino Maravilhoso” ficando “no cimo de Portugal”, sendo “um nunca acabar de terra grossa, fragosa, bravia”
O protagonista deste filme é o Grupo Coral de Barcos, Tabuaço, concelho do outro lado do Douro, grupo este, que quem o acompanhar e analizar por perto, denota um verdadeiro símbolo de um povo, duma sociedade, em que a interligação entre os vários escalões etários e sócio-culturais está bem presente, passo fundamental para "um bom ambiente das pessoas da comunidade" conforme alguém desta aldeia já mo referiu..
"grupo de cantares de s. miguel"
1985 - comunhão em vila da ponte
a estação de caminhos de ferro do vesúvi
aguiar da beira desfile etnográfico
aguiar da beira feira atividades economi
associação de acordeonistas do távora e
banda filarmónica de nagoselo do douro
cantadores de janeiras de s. marta de pe
comboio da rede à quinta das carvalhas
comboio do douro foz do távora
comboio do douro quinta da romaneira
comboio no ferrão; vapor no ferrão; vapo
comunhão solene vila da ponte 2008
grupo de cantares de constantim
grupo de cantares de vila real
orquestra ligeira câmara tarouca
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