Dediquei a manhã de Sexta-feira Santa à apresentação e encenação na aldeia de Barcos, Tabuaço da Via-Sacra, uma organização da população local, tendo como cenário a zona histórica e os Passos da Via-sacra e Calvário de Barcos.
A recriação dos últimos momentos da vida de Jesus foi feita por cerca de 20 figurantes, da freguesia de Barcos, num cartaz autenticamente original que preencheu as ruas do antigo concelho.
Todos os participantes eram amadores, sendo que no conjunto marcaram logo de início talento e intuição na representação da peça; eram filhos da aldeia de Barcos, desde jovens a idosos, a apresentarem em conjunto a Via-Sacra.
Sem dúvida que é mais um evento ganho pela aldeia, pois é uma imagem que passa para o exterior, valoriza a verdadeira vitalidade de todos, e é um exemplo a seguir para os de fora.
Foi fundamentalmente pelo Pároco da aldeia a leitura dos textos nos quais se descreveram as 14 estações da Via-Sacra e onde constaram apelos aos sentimentos cristãos.
O percurso da Via-Sacra, retratou sem dúvida uma história religiosa tendo como palco a zona histórica e os Passos da Via-sacra e Calvário de Barcos.
A apresentação tem uma real importância, pois assinala duas ou três vertentes: a patrimonial e religiosa, e possivelmente a turística.
Os diversos figurinos que encarnaram as personagens protagonizaram a Via-Sacra com fé e orgulho; foi bem perceptível nos seus comentários no termino do trabalho.
O cortejo começou Igreja Matriz, de onde Jesus saiu.
Depois de preso, foi levado à presença de Pilatos, o governador romano, e condenado à morte, naquela que é a primeira estação da Via-Sacra.
Até à 14ª estação, quando Cristo é sepultado a emoção toma conta de algumas pessoas, sobretudo quando Maria, mãe de Jesus, se cruza com o filho ou no momento da crucifixação.
A encenação da Via-Sacra termina com o enterro, até à Capela do Calvário, e uma cerimónia litúrgica presidida pelo pároco da aldeia.